Quando a Apple lançou o ResearchKit, um grande número de portas foram abertas para a pesquisa médica. A possibilidade de usar o iPhone e o Apple Watch para coletar informações sobre diferentes doenças iria facilitar a pesquisa médica de uma forma impensável há alguns anos. E os primeiros resultados não tardam a surgir, com um número crescente de estudos realizados por instituições médicas de referência em todo o mundo. Um dos que já completou sua primeira fase permitirá compreender melhor os desencadeadores de convulsões, o principal sintoma da epilepsia, graças a um aplicativo especialmente desenvolvido para o Apple Watch.
O aplicativo, chamado EpiWatch e desenvolvido pela John Hopkins University, inclui uma complicação para o Apple Watch que, quando tocado, faz com que o relógio colete a frequência cardíaca e os movimentos da pessoa por dez minutos vestindo-os. Levando em consideração que algumas pessoas apresentam alguns sintomas antes de ter uma convulsão, como formigamento em algumas partes do corpo, fraqueza em alguma parte do corpo ou começando a perceber cheiros estranhos, quando notam esses sintomas chamados de "aura" e que os precedem a apreensão tocou nessa complicação e o relógio se encarregou de coletar as informações durante a crise. Após a aprovação, o paciente preencheu um formulário com dados como a aura apresentada, o suposto gatilho, perda de consciência, etc.
Um total de 598 pessoas participaram deste estudo, com um total de 1.485 convulsões registradas durante os 10 meses de duração do estudo. Alguns dos dados extraídos mostram como o estresse foi a causa mais frequente que causou a convulsão, com 37% do total, enquanto a falta de sono foi a segunda causa mais frequente, chegando a 18%. A intenção do estudo é compreender melhor os desencadeadores de convulsões, a fim de poder usar aparelhos como o Apple Watch para prever crises e assim poder oferecer maior liberdade às pessoas que sofrem dessa doença, inclusive salvando vidas.